O custo com a saúde dos funcionários nas empresas cresce, dentre outros motivos, pela alta taxa de sinistralidade, a inflação médica e a incorporação de novas tecnologias ou tratamentos. Mesmo representando um alto custo, o cuidado com a saúde do colaborador é um investimento no principal ativo de uma empresa, cujo resultado é a alta qualidade e performance da equipe. No entanto, muitas organizações ainda cometem erros na medicina do trabalho, seja por falta de conhecimento ou por negligência.

A Organização Mundial da Saúde aponta que 96% dos acidentes de trabalho ocorridos poderiam ter sido evitados. As causas dos acidentes de trabalho estão relacionadas a dois fatores: ao ato inseguro ou às condições inseguras no ambiente.

Veja 5 dos principais erros cometidos pelas empresas:

1. Não se adequar à legislação vigente

Exames periódicos, emissão de Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) e normas gerais referentes à segurança do trabalho, são exigências básicas estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e obrigatórias a todas as empresas. Mas é necessário ficar atento ao cumprimento de regras específicas para cada setor. Além dos requisitos básicos, existem as Normas Regulamentadoras Brasileiras, também conhecidas como NRs. É fundamental que a empresa conheça e aplique as regras e NRs correspondentes ao seu setor da atividade. A adequação a elas garante a integridade dos colaboradores, além de prevenir sanções legais.

2. Não acompanhar a saúde do trabalhador

É necessário acompanhar periodicamente a saúde do trabalhador para detectar qualquer problema que possa estar ocorrendo ainda em estágio precoce, com isso, é possível identificar se o trabalhador pode ou não continuar em uma determinada função devido às suas condições de saúde. Assim, a empresa pode alocá-lo em outro setor ou encaminhá-lo aos órgãos públicos para perícia e afastamento, quando for o caso. Esse tipo de ação evita demandas judiciais que podem render condenações, e a obrigatoriedade do pagamento de indenizações. Caso o trabalhador permaneça em um posto e tenha sua condição agravada, ele pode requerer na justiça um ressarcimento pelos danos causados.

3. Não fiscalizar e exigir o uso de EPIs

A obrigatoriedade da empresa não está restrita apenas ao fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos seus colaboradores, mas também orientar o trabalhador quanto ao uso adequado, conscientizá-lo da importância do equipamento e fiscalizar a utilização, garantindo que todos estejam protegidos.

Segundo a legislação, se um colaborador sofre um acidente e tem sérias consequências por não ter usado o equipamento, a empresa também é responsabilizada. Nesse caso, não basta comprovar que forneceu o EPI indicado se houve negligência na fiscalização.

4. Não promover a saúde

A expressão “é melhor prevenir do que remediar” deixa bem clara a necessidade de se investir em iniciativas que ensinem e incentivem os funcionários a adotarem um estilo de vida saudável.

Esses cuidados podem começar no refeitório, com um cardápio balanceado, e se estender a programas de ginástica laboral e de incentivo à prática de atividade física. Também é importante instruir o colaborador para que ele se sinta motivado a eliminar hábitos nocivos e adotar práticas salutares no dia a dia.

5. Não compreender seus benefícios para a empresa

Uma empresa não alcança excelência quando seus trabalhadores estão doentes. Portanto, o cuidado com a saúde do colaborador significa também um aumento da qualidade e produtividade da equipe.

Ações que promovem a saúde e bem-estar têm reflexo direto no resultado do negócio. Elas reduzem o absenteísmo, a quantidade de afastamentos, os acidentes no local de trabalho, melhorando o faturamento e lucratividade da empresa.

O cuidado com a saúde do trabalhador também traz benefícios do ponto de vista jurídico. Ações trabalhistas causam grandes danos às empresas. Elas implicam em multas altas e impactos negativos à imagem da organização, gerando grandes prejuízos.

Além desses aspectos, um funcionário bem cuidado é também um colaborador satisfeito. Ele se sente valorizado por uma organização que se preocupa com seu bem-estar, o que tem uma repercussão em sua produtividade e performance.

Fontes: